APAGAMENTO SOMBRIO DO SUDÃO
Kush (Etiópia-Sudão), onde começou o antigo egito (Kemet), e hoje as potências ocidentais tentam um Apagamento sombrio do Sudão, tranformando essa importante nação africana como se fosse um reino árabe, em um notável apagamento histórico.
O inventário arqueológico e a história do Sudão, destacando sua importância como berço da antiga civilização egípcia (Kemet) e abordando a questão do apagamento sombrio do Sudão por potências ocidentais.
O Sudão é um país com uma história rica e complexa, que remonta a milhares de anos. Localizado na região nordeste da África, o Sudão é conhecido por abrigar algumas das mais antigas e impressionantes ruínas arqueológicas do continente africano. No entanto, muitas vezes a história e o patrimônio arqueológico do Sudão são negligenciados ou minimizados em relação a outras civilizações antigas, como o antigo Egito.
O Sudão é uma região de extrema importância para o estudo da pré-história e da civilização humana. Escavações arqueológicas revelaram uma série de assentamentos antigos, cidades e templos que datam de períodos pré-históricos até o surgimento da civilização egípcia. Um dos locais mais famosos é a antiga cidade de Napata, que foi a capital do Reino de Cuxe. Napata abriga uma série de pirâmides e tumbas reais, que são testemunhas da grandeza e do poder desse reino africano.
Além de Napata, o Sudão também abriga a antiga cidade de Meroé, considerada a capital do Reino de Cuxe após Napata. Meroé é famosa por suas pirâmides características, semelhantes às do Egito, mas com um estilo próprio. Essas estruturas majestosas são um testemunho da influência mútua e das conexões entre as antigas civilizações egípcias e sudanesas.
O Sudão desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da civilização egípcia (Kemet). A região, conhecida como Núbia, era rica em recursos naturais, como ouro, incenso e pedras preciosas, e servia como um importante centro comercial e cultural. A interação entre os povos núbios e egípcios foi constante ao longo dos séculos, com influências mútuas na arte, arquitetura e religião.
No entanto, a história e a herança do Sudão muitas vezes foram ofuscadas por um apagamento sombrio perpetuado por potências ocidentais. Durante o período colonial, o Sudão foi subjugado por forças estrangeiras, que muitas vezes se concentraram apenas nos aspectos do antigo Egito, ignorando ou menosprezando a rica história e cultura sudanesas. Essa narrativa eurocêntrica contribuiu para a marginalização do Sudão e de suas contribuições para a história da humanidade.
Felizmente, nos últimos anos, tem havido um esforço crescente para reavaliar e valorizar a história e o patrimônio do Sudão. Arqueólogos sudaneses e internacionais estão trabalhando juntos para documentar, preservar e divulgar as descobertas arqueológicas do país. Instituições de pesquisa e museus estão se dedicando a promover a riqueza da herança sudanesa, desafiando o apagamento histórico e cultural do Sudão, essas iniciativas buscam reverter a narrativa dominante e resgatar a importância do Sudão como um berço da civilização humana.
Uma das áreas em que esse esforço é evidente é na divulgação e promoção do turismo arqueológico no Sudão. Com a abertura de sítios arqueológicos e museus, os visitantes têm a oportunidade de explorar as ruínas antigas, apreciar a arte e a arquitetura únicas e aprender sobre a história fascinante do Sudão. Essas experiências proporcionam uma perspectiva mais abrangente sobre a interconexão das civilizações antigas e destacam a contribuição do Sudão para a história global.
Além disso, pesquisadores sudaneses e internacionais estão trabalhando em colaboração para decifrar e compreender as inscrições e hieróglifos encontrados nas paredes dos templos e tumbas. Esses esforços têm contribuído significativamente para expandir nosso conhecimento sobre a história e a cultura do Sudão, bem como para reconhecer as contribuições sudanesas para o desenvolvimento da escrita e da linguagem.
No entanto, é importante reconhecer que o apagamento histórico do Sudão não é um fenômeno isolado. Muitas culturas e civilizações fora do âmbito eurocêntrico têm enfrentado desafios semelhantes de marginalização e sub-representação na narrativa histórica dominante. É crucial que sejamos conscientes dessas disparidades e trabalhemos para corrigir essas injustiças, valorizando e preservando a diversidade cultural e a riqueza histórica de todas as regiões do mundo.
Portanto, é fundamental promover a conscientização e a valorização da história do Sudão, bem como de outras culturas e civilizações não ocidentais, para construir uma narrativa mais inclusiva e precisa sobre a história da humanidade. Isso requer esforços contínuos de pesquisa, educação e colaboração entre diferentes comunidades e países, para que possamos apreciar e aprender com a vasta diversidade cultural e histórica que nosso mundo tem a oferecer.
Kerma, a mais antiga cidade
A cidade de Kerma é considerada uma das mais antigas do mundo e desempenhou um papel fundamental na história do Sudão e da região da Núbia. Localizada às margens do Rio Nilo, no atual Norte do Sudão, Kerma foi o centro político, econômico e cultural do Reino de Cuxe durante o período pré-dinástico e no Reino Médio.
Kerma floresceu entre os anos 2500 a.C. e 1500 a.C., e sua ascensão foi impulsionada pela riqueza da região em recursos naturais, como ouro, cobre e pedras preciosas. A cidade era um importante centro comercial, conectando a África subsaariana ao Mediterrâneo, e suas rotas de comércio estendiam-se até o Egito Antigo.
A cidade de Kerma foi caracterizada por seu planejamento urbano avançado. Ela era cercada por uma muralha defensiva maciça, construída para proteger seus habitantes e riquezas. No centro da cidade, encontrava-se uma área de elite, onde se localizavam os palácios dos governantes de Cuxe e outras estruturas administrativas. Kerma também era conhecida por suas habitações em forma de colmeia, construídas com tijolos de barro e telhados de palha.
Um dos aspectos mais notáveis de Kerma são suas tumbas reais. A cidade abriga uma série de complexos funerários, conhecidos como “deffufas”, que eram estruturas monumentais usadas para abrigar os túmulos dos reis e rainhas de Cuxe. Essas deffufas são impressionantes em sua arquitetura e tamanho, e algumas delas rivalizavam com as pirâmides egípcias em termos de grandiosidade.
A riqueza e o poder de Kerma fizeram dela um importante centro de influência política e cultural na região. Durante o Reino Médio, Kerma entrou em conflito com o Egito Antigo, que tinha interesse nas riquezas do Sudão. Esses conflitos culminaram na ocupação e na influência egípcia sobre Kerma durante um período conhecido como “Domínio de Kush”.
Embora a cidade tenha enfrentado a dominação egípcia, Kerma manteve sua identidade e independência cultural. Os reis de Cuxe, baseados em Kerma, governaram a região com sua própria língua e tradições culturais distintas. Kerma continuou a ser um centro importante até o surgimento da cidade de Napata, que posteriormente se tornaria a capital do Reino de Cuxe.
Hoje, as ruínas de Kerma são um importante sítio arqueológico que tem sido objeto de estudo e escavações por pesquisadores sudaneses e internacionais. Essas descobertas têm contribuído para uma melhor compreensão da história antiga do Sudão e da influência da cidade de Kerma no desenvolvimento da civilização no Vale do Nilo.
A cidade de Kerma, com sua longa história e importância cultural, é um testemunho do rico patrimônio do Sudão e serve como uma lembrança poderosa da complexidade e diversidade da história humana.
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