O RETORNO DE KEMET

Roberto Carvalhal
2 min readApr 27, 2023

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Narmer, o primeiro faraó fundador de Kemet (antigo egito)

O sol escaldante batia em Kemet, a terra dos faraós. O rio Nilo corre suavemente, acalmando a terra ressecada. O povo de Kemet realizava suas rotinas internas, movimentando-se pelas ruas lotadas, vendendo seus produtos e pechinchando com os clientes. Mas, apesar da permanência na cidade, algo estava errado. Havia uma sensação de confusão, uma tristeza profundamente enraizada no ar.

O povo de Kemet, que antes se identificava como africano, agora não tinha certeza de suas verdadeiras origens. Eles haviam sido invadidos e conquistados por diferentes civilizações ao longo dos séculos e, como resultado, sua herança havia se tornado confusa. Os árabes assumiram o controle no século VII dC, deixando um impacto duradouro na identidade de Kemet.

A população atual consiste em mestiços, uma mistura de turcos, árabes, persas e asiáticos, e muitos não sabiam ao certo como conciliar sua herança mista com suas raízes africanas. Mas havia alguns que se recusam a esquecer suas verdadeiras origens. Eles se apegam aos ensinamentos de seus ancestrais, que haviam criado uma das maiores civilizações conhecidas pelo homem. Eles compartilharam histórias de seus heróis e seus valores, que estavam profundamente enraizados no rico solo da África.

Esses indivíduos procuram lembrar seus compatriotas de sua verdadeira identidade. Eles organizaram rodas de conhecimento com os griots, estes falam ao povo e exibem com orgulho os símbolos de sua herança africana. Lenta mas seguramente, o povo de Kemet começou a abraçar suas raízes mais uma vez. Quando o sol começou a se pôr em Kemet, um sentimento de orgulho podia ser sentido no ar.

As pessoas não mais negavam suas verdadeiras origens, mas as celebravam, entendendo que fez parte de uma rica história que se estendia muito além de suas fronteiras. E, ao cair da noite, o povo de Kemet sentou-se ao redor de fogueiras, compartilhando histórias de seu passado e sonhando com seu futuro. A confusão havia desaparecido, substituída por um senso de pertencimento e identidade.

E assim, o legado da antiga civilização de Kemet continuou viva, firmemente enraizado no solo da África.

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Written by Roberto Carvalhal

Publicitário, articulista, livre pensador

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